quarta-feira, 8 de julho de 2009

Antítese Estável

Não quero constantemente

se não também enjoava

e já não era surpreendente.

situações casuais

gestos banais

que nos apimentam,

que me dão vida

e me fazem sentir mais crescida.

uma mensagem

uma carícia, um olhar

um intervalo

para ter que esperar

e sentir saudade

sensação de desejar,

sensação de ter vontade,

sinto falta

desse arrepio na espinha

que faz os olhos brilhar,

roer a unha

e a mente parar.

a paisagem parece um paraíso

um simples passo 

dispara-nos um sorriso,

a tranquilidade

de um orgasmo duradouro

o auge da felicidade

o apogeu das emoções

dá-se o clímax das nossas feições

dá-se um clique...

que cai logo a pique

mas foi como se durasse para sempre,

relembramos

e veneramos

aprendemos mais um bocadinho

e voltamos ao nosso cantinho.

cá estou eu, à espera

ansiosa por tal nostalgia

a olhar para o relógio,

a tristeza chama a alegria

está atrasada para o turno do dia.

a estupidez da depressão

entranha-se na cabeça

magoa no coração,

inspiramos agonia

e expiramos aflição.

não sei aquilo que quero

nem o que realmente me faz feliz

o lado esquerdo diz que sim

mas o direito contradiz.


Mariana Cruz

2007

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